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Title: O trabalho na Assistência Social como uma “missão de vida”: Dinâmicas de poder e identidades profissionais de Assistentes Sociais e Psicólogos.
Other Titles: Work in Social Assistance as a “life mission”: Power dynamics and professional identities of Social Workers and Psychologists.
???metadata.dc.creator???: ALMEIDA, Marcos Pablo Martins.
???metadata.dc.contributor.advisor1???: BATISTA, Mércia Rejane Rangel.
???metadata.dc.contributor.referee1???: CUNHA, Luís Henrique.
???metadata.dc.contributor.referee2???: GUERRA, Lemuel Dourado.
???metadata.dc.contributor.referee3???: VELÔSO, Thelma Maria Grisi.
Keywords: Identities;Pastoral power;Social assistance;Psychology;Social service;Identidades;Poder pastoral;Assistência Social;Psicologia;Serviço Social;Servicio social
Issue Date: 25-Sep-2019
Publisher: Universidade Federal de Campina Grande
Citation: ALMEIDA, M. P. M. O trabalho na Assistência Social como uma “missão de vida”: Dinâmicas de poder e identidades profissionais de Assistentes Sociais e Psicólogos. 2019. 270 f. Tese (Doutorado em Ciências Sociais), Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais, Centro de Ciências e Tecnologia, Universidade Federal de Campina Grande - Paraíba - Brasil, 2019. Disponível em: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/17063
???metadata.dc.description.resumo???: A presente tese se debruçou sobre a dimensão do trabalho de técnicos (psicólogos/as e assistentes sociais) da Proteção Social Básica (PSB) e da Proteção Social Especial (PSE), de média complexidade, de serviços socioassistenciais do município de Caruaru-PE, com a finalidade de compreender as dinâmicas de poder e as elaborações identitárias que guiam as intervenções sobre a vida dos usuários desses serviços. Para tanto, entrevistamos 16 técnicos, sendo 14 mulheres e 2 homens, dos quais 9 eram psicólogos(as) e 2 eram assistentes sociais; além das duas gerentes, da PSB (assistente Social) e PSE (advogada), ambas mulheres. Entrevistamos também 2 ex-gerentes das PS’s, ambos psicólogos, uma mulher e um homem; 1 ex-técnica de Casa de Acolhimento, psicóloga, 1 ex-estagiária de psicologia de Casa de Acolhimento e 1 ex-membro de instituição socioassistencial do terceiro setor. Os resultados da pesquisa apontaram para um cenário de precarização extrema do trabalho, configurado como um serviço de baixa remuneração, intensificação da carga e vínculos precarizados. Por outro lado, embora a própria estrutura normativa dos serviços e da Política Nacional de Assistência Social (PNAS), provoque a necessidade de valorização o saber técnico, é possível notar que, em virtude das péssimas condições de trabalho, o investimento na formação e aperfeiçoamento para o trabalho não são valorizados pela maioria dos técnicos. Foi perceptível também uma intensa responsabilização, inclusive judicial, introduzida nas tarefas. Nesse cenário os técnicos constroem representações negativas sobre os usuários que não se engajam nos processos de acompanhamento, reforçando interpretações que culpabilizam as famílias. Estão propensos também, a interpretações salvacionistas da atuação, que amparam a identidade profissional, ao tempo em que ancoram, em torno da ideia de vocação, a permanência e engajamento no trabalho, mesmo em condições precárias. A intervenção no âmbito da PSE, por outro lado, se justifica muitas vezes como ato de “salvar vidas”, e nesse ínterim, os profissionais são levados ao exercício do poder pastoral, como fórmula benfazeja do cuidado com as famílias, considerando a vontade dos usuários como empecilhos. Em suma, as identidades profissionais nos serviços socioassistenciais municipais, se apresentam como guiadas pelo senso de ajuda e de missão, o que dispõe os profissionais a aceitar as condições precarizadas e a instaurar, na relação com os usuários, práticas pastorais de poder. Vivencia-se então um paradoxo fundamental, pois parece ser pouco possível desenvolver uma prática comprometida e engajada nesse setor, distante da ideia de missão, ao tempo em que esse modus operandi aprisiona subjetivamente os técnicos em condições de trabalho precárias e os condiciona a “guiar a vida dos usuários”, desconectando-se do amparo técnico e das reflexões científicas sobre os problemas que assolam a vida das pessoas atendidas pelos serviços socioassistenciais.
Abstract: This thesis focused on the dimension of the work of technicians (psychologists and social workers) from Basic Social Protection (PSB) and Special Social Protection (PSE), of medium complexity, from social assistance services in the municipality of Caruaru-PE, in order to understand the dynamics of power and the elaborations of identity that guide interventions on the lives of users of these services. To this end, we interviewed 16 technicians, 14 of whom were women and 2 men, of whom 9 were psychologists and 2 were social workers; in addition to the two managers, PSB (social worker) and PSE (lawyer), both women. We also interviewed 2 ex managers PS's, both psychologists, a woman and a man; 1 ex technician at Shelter House, psychologist, 1 ex psychology intern at Shelter House and 1 ex member of a third sector socio-assistance institution. The results of the research pointed to a scenario of extreme precarious work, configured as a service of low remuneration, intensification of the workload and precarious payment. Although the normative structure of services and the National Social Assistance Policy (PNAS), provokes the need for valuing technical knowledge, it is possible to note that, due to the terrible working conditions, investment in training and improvement for work does not are valued by technicians. It was also noticeable an intense responsibility, including judicial, introduced in the job. In this scenario, technicians build negative representations about users who do not engage in the monitoring processes, reinforcing interpretations that blame families. They are also prone to salvationist interpretations of performance, which support their professional identity, while anchoring, around the idea of vocation, permanence and engagement at work, even in precarious conditions. Intervention within the scope of the PSE, on the other hand, is often justified as an act of “saving lives”, and in the meantime, professionals are taken to the exercise of pastoral power, as a beneficial formula for caring for families, considering the will of the users as obstacles. In short, professional identities in municipal social assistance services are presented as guided by a sense of help and mission, which disposes professionals to accept precarious conditions and to establish, in the relationship with users, pastoral practices of power. There is then a fundamental paradox, as it does not seem possible to develop a committed and engaged practice in this sector, which is not mobilized by the idea of mission, at the time when this modus operandi subjectively imprisons technicians in precarious working conditions and conditions them to “guide users' lives”, disconnecting from technical support and scientific reflections on the problems that plague the lives of people served by social assistance services.
Keywords: Identities
Pastoral power
Social assistance
Psychology
Social service
Identidades
Poder pastoral
Assistência Social
Psicologia
Serviço Social
Servicio social
???metadata.dc.subject.cnpq???: Serviço Social
Sociologia
URI: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/17063
Appears in Collections:Doutorado em Ciências Sociais.

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