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dc.description.resumoO presente livro é um desdobramento da dissertação de Mestrado em Ciência Política (UFPE), defendida com brilho por José Maria Nóbrega Júnior. Escrevo desdobramento, pois o autor já adicionou novos dados à sua dissertação. Dados que, por sinal, confirmam seus argumentos sobre a fragilidade da democracia brasileira. O livro discorre sobre um tema que tem merecido pouca atenção dos cientistas políticos (inter)nacionais: o modo como as instituições coercitivas influem, positivamente ou negativamente, na qualidade de uma democracia. Impossível haver um regime democrático com instituições coercitivas com desempenhos pífios. O contumaz é analisar o funcionamento da democracia pelo ângulo eleitoral. Segundo esta percepção, havendo eleições limpas (podem ser consideradas limpas eleições onde a prática ilícita do caixa dois é usual?) há democracia. Ou seja, havendo competição entre as elites políticas e participação popular, há democracia. Haja reducionismo. Confunde-se governo com regime democrático. Não se está a contestar a importância das eleições. Enfatiza-se, todavia, a existência de eleição como condição necessária, mas não suficiente, para se definir um sistema político como sendo democrático. Deste modo, é possível haver um governo democrático sem que haja um regime democrático. Como este livro prova fartamente. Lembremos que o Chile, antes de Pinochet, era tido como democracia consolidada, mercê das consecutivas eleições lá realizadas. A ponto de Salvador Allende ter chegado ao governo pela via institucional. Idem para o Uruguai até a assunção de Bordaberry. A Venezuela, por sua vez, antes da chegada de Hugo Chávez, era considerada um exemplo de estabilidade democrática. E a Colômbia vem presenciando sucessivas eleições presidenciais, no entanto, sua população continua emigrando. E o Estado não controla parte de seu território em poder da FARC. No Brasil, eleições presidenciais ocorrem desde 1990, contudo.... José Maria mostra como há uma forte crença entre as elites civis, da situação e da oposição, acerca da legitimidade dos militares preservarem enclaves autoritários dentro do aparato do Estado. Esta preservação é vista como o preço a ser pago para que haja uma certa estabilidade política no sentido de que os militares não se sintam propensos a golpear as instituições. Como o país precisa de tranqüilidade política para enfrentar os seus graves problemas, segundo esta confortável lógica, não há pressa em se democratizar as relações civil-militares. Esta lógica foi adotada pela direita, e agora, também, pela esquerda. Com a assunção de Lula à Presidência da República. Esta atitude revela que o militarismo é um fenômeno amplo, regularizado e socialmente aceitável pela população brasileira. Alguns atores políticos, mesmo conscientes de que isto representa um problema para a consolidação da democracia, optam por ignorar o tema. Sabem que acabar com as prerrogativas militares pode lhes tirar votos, devido à alta popularidade das Forças Ar- madas. Esta popularidade aumenta à medida que cresce o descrédito com o aparelho policial e o sentimento de insegurança do cidadão. Por aclamação, as Forças Armadas exercem o seu papel de guardiãs da lei e da ordem. Especialmente, quando cresce a força de organizações como o PCC. Por definição, o conceito de semi-democracia refere-se ao estágio em que as instituições democráticas vão recuperando o vigor perdido com a chegada do regime autoritário. Obviamente, isto não acontece em um passe de mágica. Mas, os avanços vão sendo gradualmente percebidos. No Brasil, vinte anos já se passaram desde o fim do regime militar, e, todavia, vários enclaves autoritários persistem no aparelho de Estado. Uns foram abolidos, contudo, outros foram criados. E, inquietantemente, não há sinais robustos de que os mesmos desaparecerão a curto e médio prazo. Meu temor, é que no futuro, José Maria Júnior, venha a escrever sobre o semi-autoritarismo brasileiro. Por concluir, que há um projeto deliberado de nossa elite política em evitar que sigamos rumo a um regime democrático. Mercê de uma curiosa aliança entre esquerda e direita, acomodadas a esta democracia eleitoral. E, portanto, sem motivações para correrem maiores riscos. Fica o alerta huntingtoniano: estabilidade de um sistema difere da natureza deste mesmo sistema. Jorge Zaverucha.pt_BR
dc.publisher.countryBrasilpt_BR
dc.publisher.initialsUFCGpt_BR
dc.subject.cnpqCiência Política.pt_BR
dc.titleSemidemocracia brasileira: as instituições coercitivas e práticas sociais.pt_BR
dc.date.issued2009-
dc.identifier.urihttp://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/29388-
dc.date.accessioned2023-04-14T18:25:24Z-
dc.date.available2023-04-14-
dc.date.available2023-04-14T18:25:24Z-
dc.typeLivropt_BR
dc.subjectSemidemocracia brasileirapt_BR
dc.subjectInstituições coercitivas - Brasilpt_BR
dc.subjectDemocraciapt_BR
dc.subjectTeoria democrática contemporâneapt_BR
dc.subjectSubminimalismopt_BR
dc.subjectSistema de justiça brasileiropt_BR
dc.subjectPolíciapt_BR
dc.subjectMilitares brasileirospt_BR
dc.subjectEstado de direito – Brasilpt_BR
dc.subjectDireitos civis – Brasilpt_BR
dc.subjectSegurança públicapt_BR
dc.subjectForças armadaspt_BR
dc.subjectDocumentos da ditadura militar brasileirapt_BR
dc.subjectCiência Políticapt_BR
dc.subjectRegimes políticospt_BR
dc.subjectBrazilian semi-democracypt_BR
dc.subjectCoercive Institutions - Brazilpt_BR
dc.subjectDemocracypt_BR
dc.subjectDemocratic theory contemporarypt_BR
dc.subjectSubminimalismpt_BR
dc.subjectSystem of Brazilian justicept_BR
dc.subjectPolicept_BR
dc.subjectMilitary Brazilianspt_BR
dc.subjectRule of law – Brazilpt_BR
dc.subjectCivil rights – Brazilpt_BR
dc.subjectPublic safetypt_BR
dc.subjectArmed forcespt_BR
dc.subjectDictatorship documents Brazilian militarypt_BR
dc.subjectPolitical Sciencept_BR
dc.subjectPolitical regimespt_BR
dc.subjectSemidemocracia brasileña
dc.subjectInstituciones Coercitivas - Brasil
dc.subjectDemocracia
dc.subjectTeoría democrática contemporánea
dc.subjectSubminimalismo
dc.subjectSistema de justicia brasilero
dc.subjectPolicía
dc.subjectMilitar brasileño
dc.subjectEstado de derecho – Brasil
dc.subjectDerechos Civiles – Brasil
dc.subjectSeguridad Pública
dc.subjectFuerzas Armadas
dc.subjectDocumentos de la dictadura militar brasileña
dc.subjectLa ciencia política
dc.subjectRegímenes políticos
dc.subjectSemi-démocratie brésilienne
dc.subjectInstitutions coercitives - Brésil
dc.subjectDémocratie
dc.subjectThéorie démocratique contemporaine
dc.subjectSous-minimalisme
dc.subjectSystème judiciaire brésilien
dc.subjectPolice
dc.subjectArmée brésilienne
dc.subjectÉtat de droit – Brésil
dc.subjectDroits civils – Brésil
dc.subjectSécurité publique
dc.subjectForces armées
dc.subjectDocuments de la dictature militaire brésilienne
dc.subjectScience politique
dc.subjectRégimes politiques
dc.rightsAcesso Abertopt_BR
dc.creatorNÓBREGA JÚNIOR, José Maria Pereira da.-
dc.publisherUniversidade Federal de Campina Grandept_BR
dc.languageporpt_BR
dc.title.alternativeBrazilian semi-democracy: coercive institutions and social practices.pt_BR
dc.identifier.citationNÓBREGA JÚNIOR, José Maria Pereira da. Semidemocracia brasileira: as instituições coercitivas e práticas sociais. Recife - PE: Nossa Livraria, 2009. 222p. ISBN: 978-85-7792-091-4. Disponível em: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/29388pt_BR
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