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dc.description.resumoO semiárido nordestino é compreendido sob a ótica de diferentes crenças e percepções, principalmente quando o foco da análise é a escassez hídrica que nele se perpetua. A abordagem predominante é a de uma região problema, marcada pela seca, responsável pela pobreza que assola a população nordestina. Essa concepção orientou as políticas estatais que foram desenvolvidas, no decorrer de décadas, como forma de enfrentamento ao fenômeno da seca. Em outra perspectiva, o semiárido é percebido por um conjunto de possibilidades expressas por diferentes políticas e/ou técnicas, que orientam a convivência com o semiárido e que se configuram pelo discurso da sustentabilidade. É mediante esse contexto que a Transposição do Rio São Francisco, presente na agenda pública há mais de um século, mas só recentemente transformada em prioridade do governo, ao ser incorporado ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), no ano 2007, vem possibilitando percepções distintas quanto aos seus propósitos, ora apontado como um projeto que promoverá a sustentabilidade hídrica para o semiárido rompendo com o problema da escassez, ora apontado como um grande equívoco pelas suas próprias contradições (deslocamento de populações, custos da obra, impactos ambientais, incertezas quanto ao real publico beneficiado pelo projeto). Os programas e ou projetos integrados ao PAC caracterizam-se pela urgência de inserir o país no cenário da modernização. Segundo Loureiro et al., (2013), essa questão dificulta a formação de arranjos decisórios mais democráticos, fazendo entender que as tomadas de decisões acontecem em arenas mais insuladas. Apreende-se desse contexto que o Projeto de Integração do São Francisco se constrói e se desenvolve em campos revestidos de relações de poder, onde há a sobreposição de uma classe sobre outra - entre a burocracia estatal e os atores políticos. E, entre estes e a população diretamente atingida pela transposição. Os arranjos-políticos institucionais1 formados para a implementação da Transposição do São Francisco, no município de São José de Piranhas, no estado da Paraíba, são permeados por situações que anunciam relações de poder, pretensamente forjadas em princípios democráticos. No entanto, ao reconstruir a trajetória desse processo, observou-se o que Bourdieu denomina de um poder simbólico: “esse poder invisível o qual só pode ser exercido com a cumplicidade daqueles que não querem saber que lhe estão sujeitos ou mesmo que o exercem” (BOURDIEU, 2012, p.7-8). Dessa maneira, o presente artigo objetiva analisar o processo inicial de implementação das obras de integração no referido município paraibano, na perspectiva das relações de poder desencadeadas. Essa questão conduziu à inquietações como: quais as instituições envolvidas no processo decisório e suas devidas competências? Como se construíram as responsabilidades e decisões entre os diferentes agentes institucionais e atores sociais? Como essa política vai se desdobrando nas comunidades atingidas e quais dinâmicas mobiliza? É dentro dessa perspectiva de análise de relações de poder que perpassam nos arranjos institucionais das políticas de água, no contexto do semiárido nordestino, que este trabalho se insere. Contudo, não tem a pretensão de encerrar um entendimento em torno da temática aqui abordada, mas instigar novos olhares.pt_BR
dc.publisher.countryBrasilpt_BR
dc.publisher.initialsUFCGpt_BR
dc.subject.cnpqSociologia.pt_BR
dc.citation.issue1pt_BR
dc.titleArranjos institucionais e relações de poder no processo de implementação da transposição do Rio São Francisco.pt_BR
dc.date.issued2018-
dc.identifier.urihttp://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/33958-
dc.date.accessioned2024-01-16T17:14:34Z-
dc.date.available2024-01-16-
dc.date.available2024-01-16T17:14:34Z-
dc.typeArtigo de Eventopt_BR
dc.subjectTransposição do Rio São Franciscopt_BR
dc.subjectRelações de poderpt_BR
dc.subjectViolência simbólicapt_BR
dc.subjectArranjos institucionaispt_BR
dc.subjectSemiárido nordestino - transposição do Rio São Franciscopt_BR
dc.subjectPoder - políticas públicas estataispt_BR
dc.subjectPolíticas públicas estatais - relações de poderpt_BR
dc.subjectConfronto político e movimentos sociaispt_BR
dc.subjectMovimentos sociaispt_BR
dc.subjectSão José de Piranhas - PB - transposição do Rio São Franciscopt_BR
dc.subjectProjeto de Integração do Rio São Franciscopt_BR
dc.subjectPolítica Nacional de Recursos Hídricos - transposição do Rio São Franciscopt_BR
dc.subjectTransposition of the São Francisco Riverpt_BR
dc.subjectPower relationspt_BR
dc.subjectSymbolic violencept_BR
dc.subjectInstitutional arrangementspt_BR
dc.subjectNortheast semi-arid region - transposition of the São Francisco Riverpt_BR
dc.subjectPower - state public policiespt_BR
dc.subjectState public policies - power relationspt_BR
dc.subjectPolitical confrontation and social movementspt_BR
dc.subjectSocial movementspt_BR
dc.subjectSão José de Piranhas - PB - transposition of the São Francisco Riverpt_BR
dc.subjectSão Francisco River Integration Projectpt_BR
dc.subjectNational Water Resources Policy - transposition of the São Francisco Riverpt_BR
dc.rightsAcesso Abertopt_BR
dc.creatorDINIZ, Paulo Cesar Oliveira.-
dc.creatorROZENDO, Cimone.-
dc.creatorSANTOS, Christiane Fernandes dos.-
dc.creatorSOUSA, Maria de Fátima Oliveira de.-
dc.publisherUniversidade Federal de Campina Grandept_BR
dc.languageporpt_BR
dc.title.alternativeInstitutional arrangements and power relations in the process of implementing the transposition of the São Francisco River.pt_BR
dc.identifier.citationDINIZ, Paulo Cesar Oliveira; ROZENDO, Cimone; SANTOS, Christiane Fernandes dos; SOUSA, Maria de Fátima Oliveira de. Arranjos institucionais e relações de poder no processo de implementação da transposição do Rio São Francisco. In: CONADIS - Congresso Nacional da Diversidade do Semiárido, 2018, Natal-RN. Anais CONADIS, 2018. v. 1. ISSN: 2526-186X. Disponível em: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/33958pt_BR
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ARRANJOS INSTITUCIONAIS E RELAÇÕES DE PODER - ARTIGO DE EVENTO CDSA 2018.pdfArranjos institucionais e relações de poder no processo de implementação da transposição do Rio São Francisco. - Artigo de Evento CDSA 2018341.48 kBAdobe PDFView/Open
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