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No Brasil o processo de urbanização desordenado, decorrente do sistema econômico denominado
capitalismo trouxe inúmeros problemas de ordem socioeconômicas e ambientais, tais como: moradia,
alimentação, saúde entre outros. Assim, o processo saúde-doença do ser humano estão relacionados aos
fatores determinantes e condicionantes da população e o ambiente, pois esses fatores mantêm relações
interativas com o agente etiológico e o suscetível (ALMEIDA FILHO & ROUQUAYROL, 2006).
A degradação ambiental pode ser entendida por um processo de deterioração do meio ambiente,
em que as alterações dos ecossistemas ocasionadas pelo desenvolvimento econômico, crescimento da
população, urbanização, entre outros, contribuem para a diminuição ou até a extinção da fauna e da flora
local e global. Estudos apontam a degradação dos ecossistemas terrestres, reduzindo os benefícios
relacionados ao bem-estar das populações (ANDRADE & ROMEIRO 2011). Alterações e intervenções
sobre o meio ambiente em que a sociedade se insere são consideradas partes e consequências do
desordenado crescimento (LIMA et al., 2017). À medida que o processo de urbanização avança, verifica-
se uma considerável perda de diversidade biológica e degradação do ambiente urbano (STREGLIO et al.,
2013).
Em muitos locais é comum encontrar resíduos sem utilidade amontoados de forma indevida em
lotes, terrenos baldios, margens de estradas, fundos de vale e margens de rios e lagos. A disposição
inadequada dos resíduos pode gerar diversos impactos negativos ao meio ambiente e as populações,
entre eles: a contaminação solo, águas superficiais e lençol freático, devido à percolação do chorume e
ao escorrimento pluvial sobre os resíduos, proliferação de vetores transmissores de doenças como
ratos, baratas, moscas, vermes; além da poluição visual e mau cheiro (MUCELIN & BELLINI, 2008).
A deposição inadequada de resíduos sólidos urbanos, torna atrativo a incidência de animais
peçonhentos (OLIVEIRA et al, 2016). Acidentes com escorpiões, aranhas e cobras acarretam anualmente
em grande número de vítimas, algumas levando até a óbito, sendo essa também uma questão de saúde
pública. Além da devastação da área natural, outro agravante para a grande incidência de animais
peçonhentos são os lixões, que acondicionam os resíduos sólidos de maneira imprópria se tornando
abrigo de ratos, baratas, entre outros insetos que são principal alimento de escorpiões e cobras, além de
também degradar o ambiente, principalmente no que diz respeito aos lençóis freáticos.
A saúde pública vem enfrentando diversos problemas devido as questões ambientais e dados
mostram que cerca de 75% dos atendimentos emergenciais podem estar relacionados a zoonoses, entre
eles acidentes com animais peçonhentos (ULLMANN & LANGONI, 2014). Segundo o Ministério da Saúde
entre novembro de 2012 e março de 2013, foram registrados 71.217 acidentes e 144 mortes.
Com a conversão de ambientes naturais em agro ecossistemas, áreas urbanas e rodovias, é
previsto o deslocamento de alguns animais para outros ambientes. Animais peçonhentos como aranhas
e escorpiões passam a viver no ambiente peridomiciliar, deixando a população exposta (BUSATO et al.,
2015). Segundo Oliveira et al. (2012) as notificações de acidentes por animais peçonhentos têm
aumentado de forma extraordinária, principalmente na zona rural, e uma das principais causas pode
estar relacionada às modificações no ambiente produzidas pelo ser humano. Mudanças em ambientes
rurais reduzem a qualidade e a disponibilidade de habitats, fazendo com que os contatos desses animais
com humanos se tornem mais frequentes.
Na localidade de Campina Grande - PB, também são muitos os relatos de acidentes por esses
animais e que em alguns casos envolvem crianças ou pessoas idosas o que aumenta ainda mais os riscos.
Um fator muito agravante é que grande parte da população não associa esse grande número de
acidentes, a degradação que ele próprio realiza, sem perceber que estão se autodestruindo ao destruir
o habitat de vários outros animais, entre eles os peçonhentos.
Tendo em vista a elevada ocorrência de acidentes com animais peçonhentos, este estudo tem
como principal objetivo relacionar a incidência de animais peçonhentos como o acumulo de resíduos
sólidos assim como promover a eco alfabetização a partir de situações vivenciadas no cotidiano dos
alunos envolvidos. |
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