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Num cenário de aumento desenfreado dos padrões de produção e consumo, sobretudo no meio
urbano, a geração e descarte de resíduos sólidos surge como um problema de impacto significativo à
saúde pública e ao meio ambiente, estando associados a doenças como cólera, disenteria, dengue,
leptospirose, câncer, bem como à poluição do ar, solo e água.
O termo coleta seletiva diz respeito à segregação na fonte e coleta diferenciada dos resíduos
sólidos, de acordo com sua composição ou constituição (BRASIL, 2010), possibilitando que cada
material tenha uma destinação final mais apropriada, de acordo com suas características. Como exemplo
dessa destinação pode-se citar a reciclagem de papéis, metais, plásticos e vidros para reinserção no
processo produtivo de novos produtos e bens.
Embora seja consenso que a redução da geração de resíduos sólidos, a partir de uma mudança dos
padrões de produção e consumo da sociedade contemporânea, deva ser priorizada na busca de uma
gestão ambientalmente sustentável, a coleta seletiva, seguida da reciclagem de materiais, cumpre um
papel importante na destinação dos recicláveis que forem gerados, trazendo benefícios como: a redução
da extração de matérias primas, do consumo de água e energia para produção de bens, redução da
poluição ambiental quando do descarte inadequado desses resíduos, muitas vezes em lixões a céu
aberto, bem como o prolongamento da vida útil dos aterros sanitários, que passariam a receber apenas
os rejeitos que não puderem ser reaproveitados (WAITE, 1995 apud RIBEIRO e BENSEN, 2007). Por
tudo isso, a coleta seletiva de resíduos integra os objetivos e instrumentos da Política Nacional de
Resíduos Sólidos - Lei Federal nº 12.305/2010.
As universidades são, para Tauchen e Brandli (2006) apud Gonçalves e outros (2010), pequenos
núcleos urbanos, palco da realização de ampla variedade de atividades que culminam com a geração de
resíduos dos mais diversos tipos como orgânicos, recicláveis, químicos, biológicos, eletrônicos, dentre
outros.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei Federal nº 12.305/2010) também institui a
obrigatoriedade da elaboração e implementação de planos de gerenciamento de resíduos sólidos para
algumas categorias de geradores. Por serem grandes geradoras, incluindo de resíduos potencialmente
perigosos, as universidades também se enquadram nesse grupo.
Diante dessa e de outras importantes demandas relacionadas à gestão ambiental sustentável de
seus campi, a Universidade Federal da Bahia (UFBA) criou, no ano de 2013, a sua Coordenação de Meio
Ambiente (CMA), integrante da mais nova Superintendência de Meio Ambiente e Infraestrutura
(SUMAI), que substituiu a antiga Prefeitura do Campus Universitário.
A implantação do Programa de Coleta Seletiva Solidária - Recicle UFBA foi uma das primeiras
missões desse órgão, como parte de um planejamento estratégico para o início de uma gestão integrada
de resíduos, além de ser uma exigência legal do Decreto Presidencial n° 5.940/2006.
Esse trabalho objetiva relatar a experiência do desenvolvimento do Programa Recicle UFBA, que
se encontra em plena fase de expansão na universidade. |
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