dc.description.resumo |
Com a demanda crescente dos conglomerados urbanos por consumo de bens e produtos, os países norteados pelo modelo capitalista têm aperfeiçoado os processos produtivos no que concerne ao incremento de quantidade, no mesmo passo,
que os produtos perdem significância rapidamente, gerando um vultoso volume de resíduos sólidos resultantes dessa visão de mundo produtivista, causando severos desequilíbrios ambientais (GOUVEIA, 2012). Com efeito, embora os países
dominantes tenham experimentado um processo de enriquecimento, Segundo Jacobi e Besen (2011) isso resultou em um drástico passivo ambiental. Diante de tais adversidades, emergiu um movimento entre os pesquisadores e estudiosos acerca do desenvolvimento sustentável. Dentre os enfoques, está a gestão dos resíduos sólidos em todo o seu ciclo de vida, desde a geração até a destinação final (SEIFFERT, 2009). Um dos resíduos mais gerados em volume e heterogeneidade é o papel. O Brasil é um dos maiores produtores e consumidores de papel do mundo, tanto em volume, como também na produção e comercialização de papéis de várias naturezas e, por conseguinte, é um dos maiores geradores de resíduos oriundos do consumo de papel. Somando-
se ao consumo elevado, o desperdício é outra questão a ser observada na problemática da geração de resíduos, mais especificamente na geração de resíduos de papel. Os números brasileiros mostram a vertiginosa produção de papel. Entre o período de 2000 a 2015, a produção brasileira de papel saltou de cerca de 6,5 toneladas/ano para mais de 10,4 toneladas/ano, representando um aumento anual médio de 2,5% (SILVA et al., 2016). A geração vertiginosa de papel cria outra problemática
da gestão dos resíduos brasileiros: A destinação final ambientalmente correta. Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE, 2015), em 2015 houve uma geração de 218.874 toneladas por
dia de resíduos sólidos urbanos, com média aproximada de 1,071 kg/hab/dia. Conforme o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a destinação final ambientalmente inadequada e o volume não aproveitado dos resíduos sólidos urbanos, representam uma perda econômica de aproximadamente R$ 8 bilhões por ano, perda social de inúmeras oportunidades de geração de emprego e perda ambiental incalculável (IPEA, 2010). Um dos mecanismos atenuadores da geração dos resíduos, em especial, de papel, é a reciclagem. A reciclagem emerge como uma alternativa arrojada no sentido de minorar os efeitos ambientais agressivos causados pela problemática da geração de resíduos oriundos das atividades humanas.
Recentemente, a reciclagem tem sido vista como mecanismo capaz de ser replicado industrialmente, assim como, é capaz de gerar oportunidades de emprego e renda para trabalhadores envolvidos nesse processo, apresentando-se capaz de causar impactos positivos nos âmbitos econômicos, sociais e, sobretudo, ambientais, em razão da redução das pressões antrópicas provenientes da retirada de recursos naturais acima do limite suportado pela natureza. Em virtude disso, a reciclagem vem ganhando proporções maiores devido à percepção da sociedade sobre seus benefícios e, recentemente, com a promulgação da Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS) essa temática tem ganhado cada vez mais solidez (BRASIL, 2010). Não abstraído a essa realidade, há iniciativas de reciclagem de resíduos de papel movidas por universidades. Dentre essas iniciativas, destacam-se as universidades: UEM (Universidade Estadual de Maringá), UnB (Universidade de Brasília) e a UFPB (Universidade Federal da Paraíba/CFT – Centro de Formação de Tecnólogos). Essas universidades têm projetos que envolvem a reciclagem de papel junto à sociedade. Tais iniciativas devem estar inseridas nos planos de gerenciamento dos resíduos sólidos dos órgãos públicos e, em especial, nas universidades. Portanto, estudar o panorama das universidades quanto às iniciativas de reciclagem, bem como seus processos inovadores, torna-se crucial. Imerso nesse contexto, esse trabalho objetiva desenvolver uma alternativa viável de reciclagem para os resíduos de papel, oriundos de atividades avaliativas executadas em sala de aula na UFERSA/Angicos, visando produzir brinquedos educativos para estudantes das escolas de ensino fundamental do município de Angicos, Estado do Rio Grande do Norte (RN). |
pt_BR |