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Há um consenso mundial de que uma das maiores problemáticas ambientais na atualidade, a qual
vem chamando bastante a atenção de pesquisadores e órgãos ambientais, é a elevada concentração de
gases de efeito estufa na atmosfera terrestre. O efeito deste agravante, manifesta-se na alteração de
condições de equilíbrio da natureza, contribuindo com o fenômeno de efeito estufa, cuja preocupante
consequência é o aumento da temperatura global.
Segundo a Agência Internacional de Energia (IEA, 2006), o agravamento desse preocupante
cenário dá-se, principalmente, pelo crescimento das emissões de gases de efeito estufa, principalmente
o dióxido de carbono (CO2) e o metano (CH4), originados majoritariamente da grande e diversificada
atividade industrial e agroindustrial, bem como da queima de combustíveis fósseis para geração de
energia, com o intuito de atender às necessidades da crescente demanda antrópica
O processo de captura e sequestro de CO2 pode ser realizado por diversas técnicas, porém, a que
se destaca do ponto de vista eficiência/viabilidade econômica, é a adsorção. O princípio da captura de
CO2 por adsorção baseia-se na acomodação preferencial deste gás sobre a superfície porosa do
adsorvente. Por se tratar de um processo que acontece na interface sólida, a escolha do adsorvente
adequado e com seletividade para o dióxido de carbono, consiste em um dos principais fatores para se
obter uma boa captura (MOHAMMAD et al., 2014).
O carvão ativado é um material que pode ser utilizado em diversos processos. O extensivo uso
como adsorvente se deve à sua alta porosidade, grande área superficial, elevada capacidade de interação
com várias substâncias e facilidade de empacotamento em leito fixo.
A síntese do carvão ativado pode ser realizada de forma sustentável a partir de uma variedade de
matérias-primas naturais ricas em lignocelulose, que apresenta vantagens em relação às matérias-
primas de origem petroquímica, pois favorecem a diminuição das emissões de gases de efeito estufa e
de gases ácidos (ARENA et al., 2016).
Devido à grande disponibilidade na natureza, o carvão ativado de origem natural geralmente é
obtido a partir do reaproveitamento de resíduos agrícolas, agroindustriais e rejeitos domésticos, dentre
os mais utilizados destacam-se a casca de coco, microalgas e caroços de frutas, apresentando-se bastante
eficiente na remoção de poluentes de correntes fluidas (EL-GENDY et al., 2015).
A biomassa oriunda do coco tem-se demostrado uma fonte promissora para o reaproveitamento
em vários setores econômicos, haja vista que o coco (Cocos nucifera L.) é um dos frutos mais cultivados
no mundo e atualmente, o Brasil é o quarto maior produtor mundial, com uma produção aproximada de
2,8 milhões de toneladas/ano, em uma área colhida de 257 mil ha de coqueiros, sendo que Sergipe
destaca-se nacionalmente com a terceira maior produção de coco do país (JESUS JÚNIOR et al., 2013).
Este cenário é favorecido pelas condições climáticas do Nordeste, que detém cerca de 70 % do cultivo
de coqueiros no país, principalmente em áreas do litoral e dos Tabuleiros Costeiros.
Mesmo sendo a maior região produtora de coco no Brasil, o Nordeste possui pouco
desenvolvimento tecnológico para o reaproveitamento dos resíduos gerados pelo consumo de coco. De acordo com Mattos et al. (2011), a maior quantidade de resíduos do coco provém da casca, que
representa aproximadamente 80 % do peso bruto do fruto. Os resíduos são frequentemente descartados
em aterros ou lixões, que devido à decomposição da matéria orgânica, produzem metano, além de
favorecer a proliferação de microrganismos patogênicos.
Diante disto, este trabalho propõe uma alternativa no reaproveitamento dos resíduos do
endocarpo de coco (Cocos nucifera L.), através da sua utilização como matéria-prima na síntese do
carvão ativado, objetivando a captura de CO2 presente em correntes gasosas, por meio da adsorção em
leito fixo. |
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dc.identifier.citation |
ARAÚJO, Paulo Cardozo Carvalho; GONÇALVES JÚNIOR, Degival Rodrigues; SANTOS, Michel Franklin dos; SANTOS, Edilson de Jesus; MARQUES, José Jailton. Uso de endocarpo de coco (Cocos nucifera L.) na síntese de carvão ativado visando à adsorção de CO². In:CIRNE, Luiza Eugênia da Mota Rocha et al. Campina Gestão integrada de resíduos: universidade e comunidade. Grande - PB: EPGRAF, 2018. v.1. (Coletânea de publicações do 8th International Symposium on Residue Management in Universities ISBN: 978-85-60307-29-6. Disponível em: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/33401 |
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