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No campus de uma universidade são desenvolvidas atividades que podem gerar os mais variados
tipos de resíduos. Dentre eles, os mais comuns, como restos de alimentos e recicláveis, até aqueles que
exigem manejo mais complexo, tais como resíduos químicos e infectantes, nos quais se incluem os
efluentes de serviços médicos. Efluentes hospitalares correspondem a uma fração considerável dos
diversos tipos de esgotos e águas residuárias, de impacto ambiental (BOILLOT et al., 2008; KÜMMERER
et al., 1998; VERLICCHI et al., 2010).
Nos últimos anos, os efluentes hospitalares têm sido objeto de pesquisas em vários países
(MAYER, 2013), uma vez que constituídos por uma variedade de substâncias químicas de caráter
persistente, representados por misturas complexas de matéria orgânica, detergentes, surfactantes,
antibióticos, antissépticos, solventes, medicamentos e substâncias radioativas, normalmente
descartadas, sem prévio tratamento, nas redes de esgotos municipais ou diretamente em mananciais
(GAUTAM et al., 2007; KOVALOVA et al., 2013; KÜMMERER, 2001; STIEBER et al., 2011; VERLICCHI et
al., 2010).
Os produtos farmacêuticos de uso hospitalar exclusivo são considerados de maior risco,
comparado a outros medicamentos, quanto ao seu efeito sobre o meio aquático. Dentre as diversas
classes, os quimioterápicos estão entre os com maior potencial de danos devido a seu potencial
citotoxicidade, genotoxicidade, mutagenicidade e teratogenicidade. Por sua ação como disruptor
endócrino supõe-se que os antineoplásicos provocam danos à vida humana e à natureza, já em baixas
doses (MULLOT et al., 2009). O uso crescente destes na terapia do câncer é um problema emergente em
pesquisa ambiental. As tendências de consumo influenciam diretamente os níveis de contaminação
ambiental com antineoplásicos, particularmente, no ambiente aquático (MAHNIK et al., 2007).
No ano de 2015, a média aproximada de consumo de água no HUSM foi de 1,18 m3 leito-1 dia-1 e o
lançamento de efluente era de fluxo médio de cerca de 190 m3 dia-1. O HUSM está localizado na porção
intermediária de uma bacia hidrográfica que constitui uma das nascentes do Rio Vacacaí-Mirim. No total,
são dez quilômetros quadrados que compõem a área da bacia, sendo que 65% dela é ocupada pelo
campus universitário.
O efluente gerado pelo HUSM tem sido investigado pelo Laboratório de Pesquisa em Tratamento
de Efluentes e Resíduos (LATER) nos últimos anos. Neste estudo, objetiva-se determinar quatro drogas
quimioterápicas (Daunorrubicina, Doxorrubicina, Epirrubicina e Irinotecano) no efluente do HUSM,
utilizando-se extração em fase sólida (SPE) e cromatografia líquida (HPLC-FLD), aplicando-se avaliação
preliminar o risco ecotoxicológico decorrente. |
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SOUZA, Darliana Mello; REICHERT, Jaqueline Fabiane; GONÇALVES, Juliana Almeida; MARTINS, Ayrton Figueiredo. Gerenciamento ambiental: ocorrência de resíduos de quimioterápicos no efluente do Hospital Universitário da UFSM. In: CIRNE, Luiza Eugênia da Mota Rocha et al. Campina Gestão integrada de resíduos: universidade e comunidade. Grande - PB: EPGRAF, 2018. v.2. (Coletânea de publicações do 8th International Symposium on Residue Management in Universities). ISBN: 978-85-60307-30-2. Disponível em: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/33497 |
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