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Nas últimas décadas, a preocupação ambiental passou progressivamente a fazer parte do
cotidiano de discussões nacionais e internacionais. Dessa forma, a legislação e os esforços políticos
começaram a voltar-se para medidas que propiciem a proteção dos recursos naturais, forçando as
indústrias a adequarem seus modelos de produção, tornando-se progressivamente sustentáveis. Na
maioria dos processos industriais, os recursos naturais são utilizados como insumos, o que acaba
causando a geração de resíduos e a escassez de recursos naturais (DIAS, 2011). E são esses fatos, que
têm intensificado as pressões sociais e governamentais sobre a indústria mundial, a fim de que consigam
diminuir a utilização de recursos naturais e evitar a geração de resíduos envolvidos nos seus processos
de fabricação. A indústria de laticínios gera resíduos sólidos, líquidos e emissões atmosféricas passíveis
de impactar o meio ambiente. Independente do tamanho e potencial poluidor da indústria, a legislação
ambiental exige que todas as empresas tratem e disponham de forma adequada seus resíduos (BUSS &
HENKES, 2015).
Nos últimos anos, vários estudos têm sido realizados com o objetivo de caracterizar a produção
do queijo artesanal. Porém, ainda carecem de informações, tais como: tipo e quantidade de resíduos
gerados, bem como o destino dado a estes resíduos e os possíveis impactos ambientais. É importante
conhecer e melhorar o manejo de resíduos, buscando o não comprometimento ambiental e a melhoria
das condições de vida da população do entorno, sem comprometer, ainda, as características próprias de
identidade e qualidade do queijo (SILVA, 2011).
A indústria de laticínios gera resíduos sólidos, líquidos e emissões gasosas que trazem problemas
ao meio ambiente. Os subprodutos gerados pelas indústrias de laticínios são o soro, o leitelho e o leite
ácido. Destes, o soro é o de maior importância, tanto pela quantidade produzida (aproximadamente 9
litros por quilo de queijo), pelas várias possibilidades de reutilização, quanto pela enorme capacidade
de poluição.
O Nordeste participa com percentual igual a 5,0% na aquisição nacional de leite, uma taxa
considerada baixa em relação a outras regiões como o Sudeste e o Sul que representam 41,4% e 33,8%,
respectivamente (IBGE, 2014). A fabricação de queijo é um processo complexo que gera o soro de leite,
um coproduto, que ainda é desperdiçado pela maioria das pequenas e médias empresas (KIN et al.,
2014).
O soro de leite, advindo da produção de queijo, pode provocar a destruição da flora e da fauna,
devido à elevada demanda bioquímica de oxigênio (DBO). Costa et al. (2014) relatam que, cada tonelada
de soro que não passa por processo de tratamento e é despejado por dia no sistema de tratamento de
esgotos, é equivalente, em média, à poluição diária de aproximadamente 470 pessoas. Segundo Silva
(2011) o soro é aproximadamente cem vezes mais poluente que o esgoto doméstico. Existem em todo o estado da Paraíba cerca de 800 queijarias, que se constituem num importante segmento da
agroindústria ou agronegócio. A cidade de Paulista possui o segundo maior rebanho bovino da Paraíba
com 24.083 cabeças, produz 10.773 mil litros de leite por ano, o que concede ao município o título de
maior produtor de leite do estado da Paraíba (IBGE, 2006) e conta com cerca de 30 queijarias em todo
o seu território. Destas queijarias, duas estão localizadas na comunidade Maravilha.
Kin et al. (2014) afirmam que ainda são necessários estudos que ajudem a estimar as
consequências ambientais associadas a manufatura de queijos para contribuir com melhorias que
promovam a sustentabilidade. Objetivou-se na pesquisa investigar a quantidade, o destino e os danos
ambientais causados pelos resíduos gerados no processo agroindustrial de fabricação de queijos de
manteiga na comunidade Maravilha, município de Paulista - Paraíba. |
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dc.identifier.citation |
SILVA, Semirames do Nascimento; DANTAS, Maria Cândida de Almeida Mariz; DANTAS, Igor Mariz; DANTAS, Pedro Augusto Mariz; SOUZA, Anielson dos Santos. Análise de resíduos de queijarias na comunidade Maravilha, município de Paulista-PB. In: CIRNE, Luiza Eugênia da Mota Rocha et al. Campina Gestão integrada de resíduos: universidade e comunidade. Grande - PB: EPGRAF, 2018. v.3. (Coletânea de publicações do 8th International Symposium on Residue Management in Universities). ISBN: 978-85-60307-31-9. Disponível em: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/33536 |
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