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O aumento populacional está diretamente ligado ao aumento da produção de resíduos sólidos,
que quando descartados ou dispostos de maneira inadequada podem provocar diversos impactos
ambientais, sociais e econômicos. Nesse cenário, o maior desafio da atualidade é encontrar um destino
final sustentável, técnico e ambientalmente correto para os resíduos gerados pela humanidade.
Considerando o avanço da degradação e o acúmulo dos resíduos sólidos, é importante observar
as formas de destinação e reuso, uma vez que destes depende o impacto sobre os recursos do solo e das
inúmeras possibilidades de poluição, que poderão ser considerados como alteração sobre o ar, solo e
água, como no meio ecológico. Como reservatório da água e nutrientes, o solo é afetado em suas funções
e qualidade pelo acúmulo dos resíduos, que também são um grave problema de saúde pública, o que
implica a utilização do conceito de manejo integrado do ciclo vital, o qual apresenta oportunidade única
de conciliar o desenvolvimento com a proteção do meio ambiente (MMA, 2015).
É crescente o interesse em se estudar os efeitos de várias opções de manejo do solo com práticas
conservacionistas que priorizem, sobretudo, a incorporação de matéria orgânica ao solo, todavia,
segundo dados do Compromisso Empresarial para Reciclagem (CEMPRE, 2012), em 2010, cerca de 4%,
do lixo sólido orgânico urbano gerado no Brasil foi compostado.
Na busca pela promoção da sustentabilidade social, econômica e ambiental, especialmente nas
regiões semiáridas, é imperioso primar pelo uso de práticas conservacionistas simples, que minimizem
impactos aos recursos edáficos, e que tragam o sentimento de pertencimento ao local e a valorização
dos saberes, a exemplo da compostagem dos resíduos orgânicos, do uso de biofertilizantes e da
implantação de viveiros econômicos.
No setor urbano, a arborização desempenha um importante papel na melhoria da qualidade
ambiental, amenizando variações de temperatura, absorvendo a poluição atmosférica, reduzindo o
impacto da água da chuva, preservando a fauna e melhorando a estética local. Para a manutenção desse
ecossistema, diariamente são feitos cortes de galhos de árvores, que geram grande quantidade de
resíduos.
Os resíduos orgânicos oriundos da poda de árvore, por ser um material rico em matéria orgânica
e fornecer macro e micronutrientes às plantas, têm apresentado uma fonte alternativa de utilização
como substratos para produção de mudas (SABONARO, 2006).
A transformação do lixo orgânico em adubo, denominada compostagem, ocorre através da
decomposição da matéria orgânica em condições aeróbicas, realizada por microrganismos presentes no
solo, provocando o desprendimento de gás carbônico, água e energia (KIEHL, 2004).
Segundo Miller e Inacio (2009) o material para compostagem pode incluir resíduos vegetais
(palha, cascas, podas e aparas, etc.) e de origem animal (restos de abatedouro, escamas de peixe, etc.),
misturados ao esterco. Umidade e temperatura são os principais indicadores. No início do processo a
temperatura interna à pilha é a temperatura ambiente, elevando-se gradativamente com a digestão da matéria orgânica e diminuindo no final do processo pela ausência de substrato. A faixa ótima de
temperatura no processo de compostagem é de 50 a 6 ºC (HECK et al., 2013). O resultado deste processo
dá origem ao composto, material homogêneo e relativamente estável (NOGUEIRA & COSTA, 2011).
Entre as vantagens da compostagem destacam-se a economia de espaço físico em aterro sanitário,
reaproveitamento e aproveitamento agrícola da matéria orgânica produzida, reciclagem dos nutrientes
contidos no solo e eliminação de agentes patogênicos. (BOLOGNESI, 2012; ALVES, 2017). Outra
importante contribuição do composto é que ele melhora a "saúde" do solo podendo ser utilizado como
adubo orgânico, fonte de nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio, ferro, zinco, cobre, manganês e
boro para as plantas (PAIXÃO et al., 2012), além de fornecimento de matéria orgânica, visando melhorar
as propriedades químicas, físicas e biológicas do solo (RODRIGUES et al., 2015).
Considerando a produção de adubo orgânico em pequena escala, a compostagem pode ser
desenvolvida em escolas e comunidades rurais, promovendo a transformação dos espaços, além do
caráter pedagógico na difusão de conhecimentos, fomentando as práticas de conservação, a geração de
renda e as posturas sustentáveis. Nesse contexto, o Grupo de Pesquisa Estudo, Uso e Manejo dos Solos
do Semiárido do CDSA/UFCG, vem desenvolvendo desde 2012 a atividade de compostagem dos resíduos
orgânicos provenientes das podas e dos restos de alimentos do restaurante universitário, construindo
um espaço pedagógico para as visitas escolares, bem como produzindo adubo orgânico para uso na
arborização do campus e doação a comunidade.
O trabalho objetiva apresentar a importância da prática da compostagem no campus
universitário, para incentivar o uso de adubos orgânicos nas atividades de arborização. |
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