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O impacto ambiental desencadeado por atividades antropogênicas no ecossistema é altamente
dependente da magnitude que se realiza o processo produtivo do metabolismo social, sem preocupação
com o meio ambiente. Segundo Pacheco (2008), o setor cárneo nacional, após alto investimento nos elos
da cadeia produtiva, sofreu acelerada expansão na criação e, consequentemente, no aumento do despejo
de resíduos no meio ambiente.
Os efluentes líquidos agroindustriais, também conhecidos por águas residuais do processo de
produção, são gerados inevitavelmente. Esses efluentes podem provocar impactos ambientais negativos
ao meio ambiente, devido às suas características físico-químicas decorrentes principalmente da alta
carga orgânica que apresentam, e que se não tratados podem via a acarretar a poluição dos corpos
hídricos, eutrofização, poluição do solo, proliferação de vetores e doenças, entre outros (KAZMIERCZAK,
et al., 2016).
Segundo o Art. 21 do Decreto nº 30.691/52 da Lei Federal nº 1.283/50, que especifica a inspeção
industrial e sanitária dos produtos de origem animal, a definição de matadouro, abatedouro ou
frigorífico é o estabelecimento dotado de instalações adequadas para a matança de quaisquer das
espécies de açougue, visando o fornecimento de carne em natureza ao comércio interno, com ou sem
dependências para industrialização.
Os efluentes do matadouro compreendem uma mistura de gorduras, proteínas e fibras, resultando
em um alto teor de matéria orgânica e nos resíduos, parcialmente solubilizado, que podem causar um
efeito contaminante nos rios e ao sistema de esgoto, se não tratados (KOBYA et al., 2005; AL-MUTAIRI,
2006).
Para Cardoso (2015), parte dos problemas ambientais decorrentes dos abates de bovinos são
resultantes do pouco, ou não tratamento, do efluente gerado a partir das várias etapas de abate dos
animais. Embora o tratamento destes resíduos seja obrigatório por lei (Resoluções 357/2005 e
385/2007 do CONAMA), a fiscalização dos pequenos abatedouros não é rotineira e criteriosa os resíduos
dos mesmos muitas vezes são descartados sem tratamento no meio ambiente, frequentemente nos
recursos hídricos.
As indústrias estão cada vez mais preocupadas em atingir e demonstrar desempenho ambiental
correto, que seja coerente com a política adotada pela empresa e seus objetivos ambientais. Agem assim
dentro do contexto da legislação cada vez mais exigente, do desenvolvimento de políticas econômicas, e
outras medidas visando adotar a proteção ao meio ambiente, e da crescente preocupação das partes
interessadas em relação às questões ambientais e ao desenvolvimento sustentável (NBR ISO 14001,
2004). U
ma técnica amplamente empregada no tratamento de resíduos em matadouros ou abatedouros
é a biodigestão anaeróbia para captação destes gases, sendo apontada como um dos melhores processos
para o tratamento de efluentes oriundos de abatedouros (GAVRILESC & CHISTI, 2005). Segundo Salerno
et al. (2015), os biodigestores equipamentos que possibilitam o reaproveitamento de detritos para gerar gás e adubo, também chamados de biogás e biofertilizantes que podem ser alimentados com restos de
alimentos e fezes de animais, acrescidos de água, transformando estes resíduos em biogás. De acordo
com estudos de Oliveira (2011), uso do biogás não traz ganhos econômicos devido à redução dos gastos
com combustíveis, mas também traz ganhos ambientais.
Nesta temática o presente trabalho tem objetivo estudar a viabilidade ambiental da construção de
biodigestores em pequenos matadouros públicos utilizados no tratamento de efluentes (resultantes da
matança de bovinos, suínos, caprinos e ovinos) e sua implantação na geração de biogás. |
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