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A ação do homem no meio tem causado uma série de desequilíbrios ambientais, especialmente,
pela modelo capitalista de crescimento que se desenvolveu em quase todos os países do mundo no
período pós revolução industrial. O modelo capitalista é centrado na produção em larga escala, cultura
do consumismo e o descarte de produtos obsoletos (GOUVEIA, 2012). Uma das áreas mais
problemáticas é a área da informação. O ciclo de desenvolvimento de novas tecnologias da informação
e a obsolescência das demais tem causado vertiginoso aumento na produção de eletroeletrônicos, no
mesmo passo que tem gerado cada vez mais resíduos provenientes dessa dinâmica atual.
Os Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos (REEEs) são compreendidos como o
conjunto de equipamentos que compõem os sistemas eletrônicos, tais como, computadores, tablets,
teclados, impressoras, câmeras, aparelhos de som, televisores, monitores, CPUs, etc. Segundo, Rodrigues
et al. (2015), não há, no Brasil, estatísticas de órgãos públicos oficiais quanto ao volume gerado por ano
de REEEE. Entretanto, alguns autores estimaram a quantidade produzida per capta/ano. Para Rodrigues
(2007), esse valor per capta é de cerca de 2,6 kg.hab-¹.ano-¹, aumentando segundo Araújo et al. (2012)
para, aproximadamente 3,8 kg.hab-1.ano-1, sinalizando em aumento considerável de 31,58%.
Somando-se ao potencial volume gerado de REEEs, tem-se a dificuldade de manejá-los. Essa
dificuldade pela composição bastante heterogênea, inclusive com espécies químicas nocivas à saúde
humana. Não obstante, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), por meio da NBR 10004,
classifica esses resíduos como Classe I – Resíduos Perigosos (ABNT, 2004) em razão de estar inserido
na sua composição espécies como chumbo, mercúrio, cromo, dentre outros. Nesse sentido, os REEEs são
potenciais causadores de contaminação dos sistemas ambientais, como a contaminação do solo, dos
corpos aquáticos, do ar, que terminam por causar efeitos deletérios aos conglomerados urbanos
(CARVALHO et al., 2016).
Outro fator preocupante é a destinação final destes resíduos. Em geral, além de não possuir
tratamento adequado, são destinados inadequadamente em lixões. Nesse sentido, esses resíduos,
quando são dispostos em aterros não controlados, suas substâncias tóxicas rapidamente contaminam o
chorume, penetrando diretamente o solo e as águas superficiais e subterrâneas, causando, portanto,
severos impactos ambientais.
A problemática da gestão dos REEEs abrange todos os segmentos da sociedade. Nas instituições
públicas, mais especificamente universidades, observa-se ausência de mecanismos consistentes no
enfrentamento dessa questão. Entretanto, essa problemática deve ser encarada como uma
oportunidade ambiental e econômica haja visto o grande valor agregado que esses materiais possuem.
A composição destes resíduos apresenta inúmeros elementos valiosos, tais como, cobre, estanho, gálio,
índio. Entretanto, para que as instituições possam aproveitar desse potencial, devem elaborar e
implementar sistemas de gerenciamento eficazes e eficientes no manejo do material, desde a separação,
passando pelo acondicionamento, coleta, transporte, tratamento e destinação final ambientalmente
adequada. Imerso nesse contexto de sistemas de gerenciamento dos REs em instituições, este trabalho tem
como objetivo realizar uma avaliação da problemática do sistema de gerenciamento dos resíduos
eletrônicos, mais especificamente, os resíduos de computadores provenientes da Universidade Federal
de Campina Grande, campus Sumé. |
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