dc.description.resumo |
Os medicamentos são produtos que fazem parte da vida cotidiana, e com o desenvolvimento da
indústria farmacêutica, o consumo da população tem crescido. O Brasil está entre os dez no ranking
mundial do mercado farmacêutico, e estima-se que um percentual considerável destes é descartado a
cada ano. Este dado é bastante preocupante, porque a forma de descarte mais utilizada pela população
é a rede de esgotamento sanitário ou o lixo comum, produzindo passivos ambientais capazes de colocar
em risco o meio ambiente e a saúde pública. O elevado índice de medicamentos descartados pode estar
relacionado a uma série de fatores, como a interrupção ou abandono do tratamento pelo paciente,
distribuição de amostras grátis indiscriminada, impossibilidade de o consumidor comprar
medicamentos na quantidade exata para o tratamento prescrito, entre outros (FALQUETO &
KLIGERMAN, 2013; SILVA et al., 2015).
A disposição inadequada de medicamentos na natureza constitui uma fonte de contaminação
ambiental não desprezível, tendo como consequência à poluição do solo e corpos hídricos. O impacto
ambiental que estes resíduos podem causar depende principalmente da atividade biológica e/ou
reatividade química e a recomendação é que sejam incinerados ou dispostos em aterros para produtos
perigosos classe I. A ocorrência de fármacos residuais e seus metabólitos no esgoto doméstico e águas
naturais tem sido demonstrada em estudos feitos em diversos países. Ainda pouco se conhece sobre as
rotas dos fármacos no meio ambiente e, estes micropoluentes tem elevada tendência à bioacumulação
sendo uma ameaça à saúde humana e ao ecossistema (ABDI, 2013; BILA & DEZOTTI, 2003; KÜMMERER,
2010).
O estabelecimento de um programa adequado de descarte de medicamentos integra a agenda
regulatória da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) desde 2008, tornando-se um tema
estratégico a partir de 2010, com a promulgação da Lei nº 12.305 que instituiu a Política Nacional de
Resíduos Sólidos (PNRS), mas ainda falta um acordo setorial para a logística reversa da cadeia de
medicamentos (ABDI, 2013). Enquanto não ocorre, algumas iniciativas da sociedade tentam soluções
para o problema, sendo que uma das ferramentas mais eficazes são campanhas de coleta de
medicamentos e de conscientização da população quanto ao uso racional e o descarte correto dos
medicamentos. Estas têm sido bem-sucedidas ao contribuir para a disposição final ambientalmente
adequada, minimizando o risco ao meio ambiente e à saúde pública. Existe, portanto, a necessidade
premente de disponibilizar meios de informação e alternativas para a coleta e o descarte correto dos
medicamentos domiciliares para a população.
Embora a responsabilidade direta pelos resíduos de medicamentos seja dos estabelecimentos
geradores, ela se estende a outros atores (FALQUETO, 2009). As instituições de ensino neste cenário são
fonte de pesquisa e informação, contribuindo para a conscientização da comunidade e dando subsídios
para o Estado no desenvolvimento de políticas públicas. Tem ainda, a grande função de serem
multiplicadoras do conhecimento e alicerces para a conscientização da população. Além disto, a
universidade pela responsabilidade social precisa inserir a sustentabilidade ambiental no seu
curriculum, para que se formem profissionais com consciência ambiental. Portanto, a Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG) juntamente com a Faculdade de Farmácia, cuja missão é formar o profissional da área do medicamento, precisam dar sua contribuição no que tange à temática
socioambiental.
Assim, este trabalho tem como objetivo fazer o relato das ações realizadas pela Faculdade de
Farmácia/UFMG para o descarte correto de medicamentos dos campi UFMG, através da
institucionalização de uma campanha educativa para mobilizar e conscientizar a comunidade, sobre a
necessidade da disposição final ambientalmente adequada dos medicamentos e minimização da geração
destes resíduos. |
pt_BR |
dc.identifier.citation |
SILVA, Adriana Aparecida da; ANDRÉ, Leiliane Coelho; SILVEIRA, Michelline Rosa. Projeto de descarte correto de medicamentos: retorno sustentável. In: CIRNE, Luiza Eugênia da Mota Rocha et al. Campina Gestão integrada de resíduos: universidade e comunidade. Grande - PB: EPGRAF, 2018. v.3. (Coletânea de publicações do 8th International Symposium on Residue Management in Universities). ISBN: 978-85-60307-31-9. Disponível em: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/33661 |
pt_BR |