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A tilápia é um dos peixes mais produzidos comercialmente, pois aceita alimentação variada,
possui rápido crescimento (4 a 7 meses, dependendo da temperatura), apresenta facilidade na
reprodução, oferece uma excelente adequação aos sistemas de produção, além de possuir uma carne de
sabor extremamente agradável (BORDIGNON, 2010).
No Brasil, a tilápia foi introduzida pela primeira vez em 1953, quando a "Light", em São Paulo,
importou Tilápia rendalli do Congo. Posteriormente, em 1971, o Departamento Nacional de Obras
Contra a Seca (DNOCS) introduziu exemplares da espécie tilápia do niló (Oreochromisniloticus) visando
ao peixamento dos reservatórios públicos da Região Nordeste (Figura 1). A tilápia nilótica, que é a mais
cultivada, apresenta hábito alimentar fitoplanctófago, mas aceita muito bem rações comerciais e
artesanais elaboradas à base de subprodutos da agropecuária, a introdução das linhagens melhoradas e
o uso da técnica de incubação artificial, com controle do sexo, deram novo impulso à atividade e iniciou-
se a fase industrial da tilápia cultura brasileira (OLIVEIRA et al., 2007).
Segundo Oliveira et al. (2007) há diversos espécies de tilápias descritas e distribuídas
basicamente em três gêneros: Tilapia, Sarotherodon e Oreochromis. Entre as espécies descritas, quatro
têm-se destacado na aquicultura mundial, graças as suas características, tilápia nilótica ou do Nilo
(Oreochromisniloticus), tilápia de Moçambique (Oreochromismossambicus), tilápia azul ou tilápia áurea
(Oreochromis aureus) e a tilápia de Zanzibar (Oreochromisurolepishornorum).
No beneficiamento do pescado, o filé é o item de maior valor econômico, e o rendimento varia de
acordo com o tamanho dos peixes e com o domínio tecnológico de quem processa. Assim o rendimento
pode atingir entre 30 e 40% da massa corpórea do animal sendo o restante considerado resíduo e sem
valor comercial (restos de carne, cabeça, pele, ossos, escamas e vísceras). Desta forma, os resíduos da
industrialização da tilápia, que representam de 60 a 70% da matéria prima, são atualmente
subutilizados ou descartados pelas indústrias de filetagem ocasionando danos ao meio ambiente
(MARTONE, 2005).
Os maiores impactos provocados por resíduos sólidos orgânicos são decorrentes da fermentação
do material, o qual pode ocasionar a formação de "chorume" (líquido de elevada demanda bioquímica
de oxigênio (DBO) que é formado com a degradação do material orgânico e a lixiviação de substâncias
tóxicas), além da proliferação de vetores e do mau cheiro (MATOS, 2005).
Os subprodutos provenientes da filetagem de peixes podem possuir inúmeras finalidades de
geração de produtos de aceitabilidade e eficiência para o consumo humano, tais como: extração de
colágeno (escamas e peles) para a indústria farmacêutica e alimentícia; curtimento de pele para a
indústria mobiliária, vestuário, artesanato e diferentes objetos; produção de polpa para fabricação de
empanados, produtos semiprontos; cozinha institucional (da merenda escolar, restaurantes
universitários, restaurantes de empresas, hospitais, presídios, etc.); compostagem; farinha e silagem de peixe. Assim a contínua pesquisa e o desenvolvimento de novas tecnologias de utilização desses
subprodutos (resíduos) são necessárias para agregar valor a esses materiais, hoje desperdiçados ou
subutilizados (ALFARO, 2008). |
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PAIVA, Iracema Azevedo Monte; ALVES, Admir Sendy Santos; RODRIGUES, João Socorro Lopes; LIMA, José William Souza; COELHO, Glauciane Danusa. Resíduos de pescado gerados pelo processo de filetagem da tilápia. In: CIRNE, Luiza Eugênia da Mota Rocha et al. Campina Gestão integrada de resíduos: universidade e comunidade. Grande - PB: EPGRAF, 2018. v.3. (Coletânea de publicações do 8th International Symposium on Residue Management in Universities). ISBN: 978-85-60307-31-9. Disponível em: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/33675 |
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