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Grupo de Trabalho 15: Narradores na História e Educação Patrimonial.

Grupo de Trabalho 15: Narradores na História e Educação Patrimonial.

 

Coordenadoras do GT 15: <p>Keila Queiroz e Silva <p>Zélia Maria de Arruda Santiago <p align="justify">“Não podemos deixar a história se calar”! Esse discurso não é de um historiador, mas de um narrador Abel, morador da cidade de Assunção, situada no cariri paraibano, este contador de histórias é dotado de um sentimento de historicidade contagiante e pulsante! D. Iracema, ex-moradora do bairro São José em João Pessoa, em suas narrativas desmistificou a crença popular de que Lúcia Braga é a mãe do bairro, a fundadora daquela cartografia. Ao narrar a história da ocupação daquele espaço, a sua liderança se confirma em papéis sociais públicos e privados assumidos na comunidade, tais como: parteira, rezadeira, militante política, bem como todos os membros de sua família. O trabalho com as narrativas orais é sem dúvida um percurso metodológico que nos coloca face a face com a história vista de baixo e com as astúcias e artes de fazer dos sujeitos ordinários (CERTEAU:1994). O pulsar diário dos corpos marginais em sua localidade dá sentido ao trabalho do historiador, uma vez que dá visibilidade aos enredos experienciais humanos que se encontram nos escombros da cidade. Os mitos fundadores que reproduzem a leitura apologética dos heróis nacionais são desconstruídos, quando na condição de pesquisadores rompemos a nossa identificação com a cultura grafocêntrica e investimos em um processo de descolonização simbólica através do diálogo entre a história e a memória, entre os cientistas e os populares. O trabalho com a história local através dos narradores é uma proposta de Educação Patrimonial que possibilita o reconhecimento das memórias coletivas com toda a sua pluralidade sígnica, possibilitando o protagonismo de todos os atores sociais. As nossas identidades de historiadores têm sido redefinidas a partir das reflexões teórico-metodológicas no campo da Nova História, tanto no que diz respeito ao ofício de professor, quanto no concernente ao ofício de pesquisador e autor. O reconhecimento da subjetividade do conhecimento histórico e a suspeição do desejo de verdade herdado dos positivistas tem flexibilizado as nossas discursividades e nos convidado à vivência de diálogos simétricos entre os narradores e os historiadores, entre fatos e representações, percebendo a escrita da história com um devir relacional.

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