dc.description.resumo |
Nossa pesquisa trata de discutir a prática da sexualidade de homens com animais, problematizando como uma prática sexual socialmente ilegítima, mas aceita pelo universo masculino, refletindo os ‘lugares ‘ hierárquicos de gêneros. Essa pesquisa está sendo discutidas, com base nas falas dos nossos entrevistados, através de suas memórias, que dão vida às histórias de experiências de homens que vivenciaram efetivamente contatos sexuais com animais, no campo, nos currais, próximos as porteiras e também, da literatura que trata do tema. Percebemos através de suas narrativas que as identidades masculinas, sexuais e de gênero, são construídas historicamente e culturalmente por vários discursos. Os entrevistados destacam os homens que fazem sexo com animais como detentores de várias identidades, sendo elas, “relacional” conforme afirma, Tomaz Tadeu da Silva, Vejamos a fala de um dos nossos entrevistados: “Existe muito...homem solteiro, casado de toda qualidade ...que faz sexo com porco, porca, cachorro, galinha e tudo...porque você sabe! homem que ta sozinho precisando se aliviar, ai procura essas coisas mesmo até bicho bruto!”.Portanto de acordo ao que define Tomaz Tadeu da Silva : “A identidade tampouco é homogenia, definitiva, acabada, idêntica, transcendental. Por outro lado, podemos dizer que a identidade é uma construção, um efeito, um ato performativo. A identidade é instável contraditória, fragmentada, inconsciente, inacabada” (p:96). Portanto este homem que vive e convive no campo, nas esquinas, nas cidades, cuidando dos animais, dentro dos currais, suas vidas, suas emoções, suas atitudes sexuais, vão de encontro parcialmente ao que discute Albuquerque Jr: ”O desejo masculino de fecundar, de penetrar, de conquistar, de vencer, subjugar, de dominar, parece ser o princípio ordenador do “próprio social” (P;13). Indo em desencontro ao discurso histórico e cultural, voltado a figura do homem masculino, “macho”, tido como viril e corajoso como já colocara também Albuquerque Junior em seu artigo :”Ser cabra macho”, requer ser destemido, forte, valente e corajoso”(p:3); Através das falas destes homens, é possível indicar que as práticas sexuais com animais são representações do lugar de macho como foi construído culturalmente, que nasceu com instinto sexual, que não nega fogo, nem que seja com a “ovelha lá próximo a porteira”. |
pt_BR |
dc.identifier.citation |
SILVA, Gilvânia Luna da; ARAÚJO, Eronides Câmara de. Homem, não “nega fogo”, vai nem que seja com a ovelha… na porteira. In: II Colóquio Internacional de História: fontes históricas, ensino e história da educação. GT 18: Identidade e alteridade: sensibilidades e subjetividades no ensino e na pesquisa histórica. Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), 2º, 2010. Anais [...]. Campina Grande - PB, 2010. p. 2517-2524. ISSN: 2179 2010. Disponível em: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/34301 |
pt_BR |