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Ao longo dos períodos históricos a compreensão do processo saúde-doença por parte da sociedade foi modificada de modo relevante, sofrendo influências sociais, culturais e inclusive ambientais, até sedimentar-se nas teorias e conceitos da saúde atuais. O presente trabalho se propõe a fazer uma revisão bibliográfica de artigos que referenciam essa temática. Durante a antiguidade, as explicações, relacionadas ao aparecimento das doenças, transitavam em torno duas idéias centrais. A ocidental, resultante em parte das influências míticas, responsabilizava os elementos naturais e espirituais como os agentes causais das doenças, isentando o homem de qualquer participação; já a oriental, apoiada no pensamento médico hindu e chinês, acreditava ser o homem capaz de desempenhar algum papel no desenvolvimento das enfermidades. Todavia, o raciocínio filosófico associado ao empirismo trouxe à medicina ocidental um caráter mais inquisidor e lógico, menos místico. No medievo, a imponência da igreja católica resulta na supressão da prática clínica no campo da saúde, e as doenças passam a ser interpretadas como castigos divinos. As grandes epidemias que atemorizavam a Europa no fim da Idade Média eram convencionadas às bruxarias ou às impurezas do meio ambiente, provenientes de judeus e leprosos. A prática médica revigora-se no Renascimento, dando margem a execução de experimentos e observações anatômicas. Nesse momento histórico, surge a teoria miasmática, a qual considera o ar a causa das mazelas contagiosas. Embora esse não fosse o motivo real para a insurreição das moléstias, já havia a concepção de que as más condições sanitárias abrigavam um estado propício ao desenvolvimento de doenças infecciosas e surtos epidêmicos. Com o despontar da bacteriologia no século XIX, a percepção das formas de contágio e da evolução de algumas doenças ficou mais explícita, tornando-se a unicausalidade o conceito mais difundido para o esclarecimento das infecções. Contudo, os modelos mais modernos e aceitos na Idade Contemporânea acerca do processo saúde-doença foram consolidados no século XX e conservam na sua essência a noção de multicausalidade das doenças. O entendimento do processo saúde doença, ao longo da história, nos mostra a evolução e o porquê das formas de tratamento e da atenção proferidos às doenças na contemporaneidade. |
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BARBOSA, Ayla Cristina Nóbrega; BARBOSA, Kevan Guilherme Nóbrega. Interpretação do processo saúde-doença ao longo dos períodos históricos. In: I Seminário Nacional Fontes Documentais e Pesquisa Histórica: Diálogos Interdisciplinares. GT 07 - Fontes para a História Ambiental no Brasil Contemporâneo: Debates Teóricos, Enfoques Criativos e Tendências Atuais. Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), 1º, 2009. Anais [...]. Campina Grande - PB, 2009. p. 1-9. ISSN: 2176 4514. Disponível em: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/34460 |
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