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A Zona da Mata Pernambucana é uma região bastante destacada no âmbito da produção historiográfica brasileira. Durante a segunda metade do século XX, a região dos engenhos açucareiros sofreu mudanças estruturais, notadamente: implantação das usinas e expulsão dos antigos moradores dos engenhos. Neste contexto, ocorrerá um dos movimentos sociais mais importantes do mundo rural brasileiro que ficou conhecido como “Ligas Camponesas”, que fornece exemplos e motivação aos movimentos rurais atuais. Esta pesquisa preocupa-se em estudar este ambiente de forma específica, isto é, a partir de historias de vida dos moradores de engenho. Resumidamente, este estudo destaca, por meio privilegiado das fontes orais, a história dos camponeses/moradores do Engenho Galiléia, do município de Vitória de Santo Antão, estado de Pernambuco. Pretende-se explorar as trajetórias de vida dos populares, neste caso Zezé da Galiléia, do ambiente deste Engenho que se configurou como local de origem das Ligas Camponesas. Praticando uma revisão literária percebeu-se uma produção que analisa bem os problemas e mudanças estruturais (político-econômico) deste contexto histórico, no entanto estes estudos não se preocupam com os militantes, a grande massa, das ligas camponesas. Por isto, este trabalho, oficializado pelo Programa de Fortalecimento Acadêmico da Universidade de Pernambuco – PFA/UPE, enfatiza a falta de destaque que a historiografia, e a produção acadêmica geral, fornecem aos “protagonistas anônimos” do movimento de contestação. Pois, Levando em consideração os aportes metodológicos dos estudos de caso, que trabalham com abordagens relacionadas à História Oral, História Regional, Micro-história, Nova História cultural, acredita-se que os microcontextos fazem surgir novos problemas que não transparecem nas macro-análises. A trajetória de vida de José Francisco de Souza, o Zezé da Galiléia, serve como ilustração do cotidiano sofrido dos moradores de engenho, fator principal para a efetivação do movimento de contestação das Ligas Camponesas, bem como um instrumento de explicitação do Brasil Republicano das décadas de 1940 a 1960 marcado por desigualdades sociais. Metodologicamente, analisa-se o acervo de fontes orais da Fundação Joaquim Nabuco disponíveis no – Centro de Documentação de Estudos da História Brasileira; as produções da academia sobre o tema; e matérias de jornais da época estudada, principalmente as publicações do Diário de Pernambuco. |
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