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As mudanças e transformações que percebemos na contemporaneidade são sentidas em
várias esferas, inclusive na família e no casamento. A família contemporânea apresenta
hoje vários modelos, embora a nuclear seja ainda muito presente, outros modelos são
perceptíveis, seja a mãe com o(s) filho(s), avós que criam netos, enfim, diversas
composições que se tomam cada vez mais visíveis e fonte importantíssima para
pesquisas e entrevistas em vários ramos de estudo. Para alguns estudiosos, como Sarti
(2002), a família tradicional foi “abalada” pelas mudanças contemporâneas. Para outros,
como Singly (2007), ela apenas está passando por transformações, incluindo o
comportamento dos vários componentes desta e suas relações. Pesquisas realizadas pelo
Jornal Folha de São Paulo (1998, 2007) mostram as várias mudanças na família
contemporânea, alguns aspectos interessantes como os vários modelos de família
existente no Brasil e a grande importância dada à família, principalmente em 2007, mais
do que em 1998. O casamento que antes era um pré-requisito para formar uma família,
hoje não é mais, embora a maioria do que vemos é a ordem casamento-família, muitas
pessoas estão optando pelas chamadas uniões livres, sem ter de passar pela burocracia
dos papéis do casamento no civil ou no religioso. Um dado interessante das pesquisas é
que o casamento é mais desejado entre os homens do que entre as mulheres, embora
seja uma diferença sutil. A fidelidade é colocada como requisito principal para um bom
marido e uma boa esposa, acompanhada de requisitos interessantes, como ser bom
companheiro, amar a(o) esposo(a), enfim, são pré-requisito bem diferentes dos de
algumas décadas atrás, quando ser um boa esposa era ser boa dona-de-casa, saber
realizar as tarefas domésticas e ser boa mãe, e ser bom marido era ser um provedor e ter
uma certa moralidade com os filhos. Percebe-se que os sentimentos ganham grande
importância nas relações. Se a fidelidade é o principal pré-requisito, a infidelidade
toma-se um dos requisitos mais intoleráveis no casamento, seguido da falta de
companheirismo e amor entre os cônjuges. As mudanças ocorridas com as mulheres
tomam-se um fator de suma importância neste contexto de transformações na família e
no casamento. A partir do momento em que a mulher sai de casa para trabalhar fora,
muita coisa modifica-se, agora ela vai contribuir com as despesas da casa, vai colocar
um pouco de lado os filhos, a casa e suas tarefas domésticas, embora isto não inclua
todas as mulheres. Quem não conhece ou é uma delas? Lipovetsky (2000) mostra-nos
que, a partir do século XIX, o comportamento feminino começa a modificar-se. Num
primeiro momento, a mulher é vista como “depreciada”, vive para o lar, é excluída das
esferas prestigiosas dominadas pelos homens e ela só tem valor em casa. Num segundo
momento, ela é enaltecida como a figura de mãe, fixando-a assim ao interior de sua
casa. E a partir do século XIX a mulher é vista como indeterminada, chamada pelo autor
como a pós-mulher no lar, ela vai fazer seu destino, estudar, trabalhar fora ou dentro do
lar. Na relação conjugal ou nas uniões livres, o casal trabalha junto, divide tarefas e
despesas, embora não sejam todos casos iguais. Segundo as pesquisas do Data folha
(1998, 2007), a mãe é a figura mais importante na família, a maioria das pessoas
entrevistadas disse ter um relacionamento ótimo ou bom com a mãe, melhor do que
qualquer outro componente familiar. E o seu início numa carreira profissional causa
grande impacto no casamento e na família. |
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