dc.creator.ID |
FERNANDES, M. G. G. |
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dc.contributor.advisor1 |
PEREIRA, Auricélia Lopes. |
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dc.contributor.advisor1ID |
PEREIRA, A. L. |
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dc.contributor.advisor1Lattes |
http://lattes.cnpq.br/5994369175813316 |
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dc.description.resumo |
Na segunda metade do século XIX e nas primeiras décadas do século XX.
predominava no Brasil uma sociedade rural, com grupos de latifundiários disputando o
controle de suas regiões. Para se tomarem poderosos, os coronéis procuravam manter muitas
pessoas sob o seu domínio e para isso. não mediam esforços, existindo sempre pessoas que
viviam de favores desses donos de engenho e de usinas. Naquele período, era muito grande a
concentração de terras e a produção era voltada para a exportação, gerando, assim, muita
fome, miséria, desemprego e marginalidade, restando para as pessoas pobres servir a um
grande fazendeiro rico. Quanto maior o número de clientes, mais poderoso se tomava o
latifundiário. Na Paraíba foram muito fortes as marcas dessa dominação, com muitos traços
daquela época nos dias de hoje.
Nesta monografia será trabalhado esse mundo dos engenhos e usinas. Trilhando esse
caminho, seremos levados ao encontro com a literatura. Esse mundo será trabalhado a partir
das obras do ciclo da cana-de-açúcar de José Lins do Rego. Tal escolha foi feita por se
entender que a obra de Rego é um arquivo rico de imagens, construído para esse período. Essa
escolha baseou-se, também, na compreensão de que é possível a relação história e literatura.
Não é uma relação simples, entretanto, o discurso literário tem suas regras e suas condições de
enunciação que não podem se confundir com a História, mas a relação entre História e
Literatura será capaz de responder o nosso problema: como trabalhar a relação dominadores
versus dominados no discurso literário.
Outro ponto que nos deixa seguro para trabalhar a relação História e Literatura, é o
entendimento de que a História não trabalha mais com o critério cientificista que no início do
século procurava excluir do seu trabalho o discurso literário; hoje, trabalha com várias versões
históricas, inclusive a versão literária. Não cabe ao historiador escrever mais uma única
história, nem resgatar o passado tal qual existiu a partir de "documentos oficiais"; é possível
ao historiador reescrevê-lo a partir do seu olhar, de suas escolhas. E por isso existe lugar para
um pluralismo critico, admitindo-se diversos pontos de vista. A História não trabalha com com o seu ponto de vista, não querendo, portanto, dizer que uma versão seja melhor do que a
outra, pois são apenas versões.
Será possível a relação História e ficção? Como essa relação é vista pela nova
História? Primeiramente, para se estudar a relação História e Literatura, deve ser considerada
a sua historicidade e as suas particularidades. Não deve ser percebida como uma relação dada
e nem simples, sendo necessário se perceber as suas singularidades. Para nós historiadores, os
fatos não são dados nos documentos. Estes são selecionados em função de uma problemática.
E isto que nos faz acreditar na possibilidade da relação História e Literatura. Há a
possibilidade de uso dos romances, canalizando a pergunta em função de uma problemática.
Na verdade esta relação história/literatura tem uma longa história No período
moderno, o lugar da História e da Literatura se confundem e se misturam. No século XIX .
com o surgimento da História - Ciência tem-se um afastamento destes dois campos de saber:
os historiadores passam a rejeitar qualquer discurso movido pela imaginação, pela
sensibilidade e pela emoção; a noção de documento é delimitada e restringida; crivado o
documento passa a ser apenas o chamado documento oficial, "verdadeiro". Passa a se
construir também o pressuposto de que o documento fala por si só, cabendo ao historiador
apenas resgatar , sem nele interferir, os fatos históricos nele escritos, ficando comprometida a
relação História e Literatura E por isso nos anos 40 e 50 do século XX, não havia quase
estudos tratando dessa relação.
Com os questionamentos a noção, outrora inabalável da história-ciência, com os
questionamentos contundentes a noção de objetividade que legitimava e balizava o lugar da
história-ciência a relação História e Literatura entra novamente em destaque. Muda o conceito
do que seria documento. Mais do que o documento passa a ser importante a pergunta que o
historiador faz a fonte que utiliza, a maneira como o interpreta E hoje é possível pensar a
relação História e Literatura como um casamento e com todo casamento um casamento que
tem problemas, mas que respeitando-se os limites as especificidades pode dar certo.
Esta monografia tem como objetivo perceber, através da obra de José Lins do Rego e
a partir das imagens literárias, presentes em suas obras do ciclo da cana-de-açúcar, como as relações de trabalho no mundo dos coronéis já não podem ser lidas a partir do olhar ingénuo
que vê no pobre uma tábua-rasa e no rico um senhor todo poderoso
Esse trabalho consta de três capítulos: o primeiro procura mostrar o mundo dos
coronéis e suas estratégias para construir o seu espaço. O segundo capítulo procura mostrar
como os trabalhadores agiam no mundo dos engenhos para escapar do autoritarismo dos
senhores de engenhos. O terceiro capítulo retrata o mundo da usina, como o capitalismo e a
modernidade penetram nesse mundo e como os trabalhadores se comportaram diante de todas
aquelas mudanças. |
pt_BR |
dc.publisher.country |
Brasil |
pt_BR |
dc.publisher.department |
Centro de Humanidades - CH |
pt_BR |
dc.publisher.initials |
UFCG |
pt_BR |
dc.subject.cnpq |
História. |
pt_BR |
dc.subject.cnpq |
Literatura |
pt_BR |
dc.title |
Escrevendo histórias / criando retratos: a imagem do trabalhador em José Lins do Rego. |
pt_BR |
dc.date.issued |
2000 |
|
dc.identifier.uri |
http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/35332 |
|
dc.date.accessioned |
2024-04-03T19:08:53Z |
|
dc.date.available |
2024-04-03 |
|
dc.date.available |
2024-04-03T19:08:53Z |
|
dc.type |
Trabalho de Conclusão de Curso |
pt_BR |
dc.subject |
História e Literatura |
pt_BR |
dc.subject |
Literatura paraibana |
pt_BR |
dc.subject |
José Lins do Rego - crítica e interpretação |
pt_BR |
dc.subject |
Imagem do trabalhador - José Lins do Rego |
pt_BR |
dc.subject |
Engenhos e usinas - José Lins do Rego |
pt_BR |
dc.subject |
Relação História e Literatura |
pt_BR |
dc.subject |
Coroneis e engenhos |
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dc.subject |
Senhores de engenhos |
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dc.subject |
Fogo Morto - José Lins do Rego |
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dc.subject |
Ciclo da Cana-de-açúcar - José Lins do Rego |
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dc.subject |
Trabalhadores de engenho de cana-de-açúcar |
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dc.subject |
Usina - José Lins do Rego |
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dc.subject |
Menino de Engenho - José Lins do Rego |
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dc.subject |
Doidinho - José Lins do Rego |
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dc.subject |
Banguê - José Lins do Rego |
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dc.subject |
O Moleque Ricardo - José Lins do Rego |
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dc.subject |
Plantation Boy - José Lins do Rego |
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dc.subject |
History and Literature |
pt_BR |
dc.subject |
Paraíba literature |
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dc.subject |
José Lins do Rego - criticism and interpretation |
pt_BR |
dc.subject |
Image of the worker - José Lins do Rego |
pt_BR |
dc.subject |
Engines and plants - José Lins do Rego |
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dc.subject |
History and Literature Relationship |
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dc.subject |
Colonels and devices |
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dc.subject |
Gentlemen of mills |
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dc.subject |
Sugarcane Cycle - José Lins do Rego |
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dc.subject |
Sugarcane mill workers |
pt_BR |
dc.rights |
Acesso Aberto |
pt_BR |
dc.creator |
FERNANDES, Maria Goretti Guedes. |
|
dc.publisher |
Universidade Federal de Campina Grande |
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dc.language |
por |
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dc.title.alternative |
Writing stories / creating portraits: the image of the worker in José Lins do Rego. |
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dc.identifier.citation |
FERNANDES, Maria Goretti Guedes. Escrevendo histórias / criando retratos: a imagem do trabalhador em José Lins do Rego. 2000. 81f. (Trabalho de Conclusão de Curso - Monografia), Curso de Bacharelado em História, Centro de Humanidades, Universidade Federal de Campina Grande – Campina Grande - Paraíba - Brasil, 2000. Disponível em: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/35332 |
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