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Objetivou-se avaliar os índices conforto e características adaptativas de ovinos nativos dos
grupos genéticos Soinga e SPRD e das raças Morada Nova e Santa Inês em câmara climática.
Essa Tese é composta de três capítulos, sendo uma revisão sistemática e dois artigos técnicos.
A revisão sistemática aborda os índices de conforto térmico usados nas avaliações da
termorregulação de ovinos em regiões tropicais. Este trabalho foi desenvolvido no laboratório
de Bioclimatologia da UFCG/CSTR/Patos-PB. Foram obtidos os estudos a partir da busca em
bases de dados renomadas, como “Scopus”, “Scielo”, “Pubmed”, “Web of Science” e
“Embase”. Com base nos estudos selecionados para compor a revisão, foi evidenciada uma
semelhança dos critérios metodológicos para obtenção dos índices ambientais e parâmetros
fisiológicos, sendo a FR e TR mais relevantes para o estudo da capacidade de termorregulação.
Mais estudos são necessários sobre a relação dos índices ambientais e os níveis de estresse
térmico, para uma adequação de índices específicos para ovinos, considerando o alto grau de
adaptação e tolerância ao calor dos grupos genéticos criados em regiões de clima quente. O
primeiro artigo técnico que compõe o segundo capítulo da tese, trata-se da avaliação dos
parâmetros fisiológicos e temperaturas superficiais de ovinos nativos de diferentes genótipos
submetidos a estresse por calor em câmara climática. O terceiro capítulo trata-se dos efeitos
do estresse por calor induzido em câmara climática sobre os parâmetros bioquímicos e
hormonais de ovinos nativos de diferentes genótipos. Foram usados vinte e quatro ovinos
machos não castrados, com peso vivo médio de 20 ± 5 kg e idade média de cinco meses,
consumindo a mesma dieta e água ad libitum, foram alocados em 3 baias coletivas, contendo 8
animais em cada baia (2 de cada grupo genético), submetidos a 3 ambientes térmicos distintos
(TA = 28 oC, 32 oC e 36°C). Na fase experimental, foram registrados dados climatológicos,
assim como frequência respiratória (FR), frequência cardíaca (FC), temperatura retal (TR),
temperatura superficial geral (TS), temperaturas superficiais das regiões corporais, parâmetros
bioquímicos e hormonais em função das variações do ambiente térmico no interior da câmara
climática. As variações do ambiente na câmara climática, demonstraram ambiente indicativo
de estresse térmico leve aos 28°C e grave aos 32°C e 36°C, afetando as médias da frequência
respiratória, frequência cardíaca, temperatura retal e temperatura superficial (geral e das
regiões corporais). Houve influência dos ambientes térmicos sobre os parâmetros metabólicos
e hormonais. As alterações significativas da FR, FC e TS representaram uma eficiente
termorregulação dos animais em ambos os experimentos, fato comprovado pela manutenção
da TR dentro dos níveis normais para ovinos, mesmo quando expostos a estresse térmico muito
elevado (ITGU>88). A TS média do globo ocular (GO) e timpânica (TP) apresentaram maior
sensibilidade às variações do ambiente que as outras regiões corporais. A influência do
ambiente sobre os parâmetros metabólicos não ocasionou alterações fora da normalidade para
espécie, considerando a adaptação dos animais. A elevação da FR e dos níveis de cortisol
(P<0,05), a manutenção da TR em níveis normais, bem como os baixos valores de T3 e T4,
indicaram uma resposta termorregulatória eficiente de todos os genótipos. Todos os animais
conseguiram manter a homeotermia mesmo em ambiente de estresse térmico, evidenciando a
equivalência adaptativa entre os ovinos Soinga, Morava Nova, Santa Inês, e os sem padrão
racial definido (SRD). |
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