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A boa formação e aceleração da cicatrização óssea em casos de fraturas e grandes perdas
ósseas ocasionadas por diferentes motivos são temas atuais e de grande relevância, e são
estudados por vários grupos em todo mundo, tanto na medicina humana e odontologia, quanto
na medicina veterinária. Em muitos casos ortopédicos, o uso de implantes e enxertos, sejam
naturais ou sintéticos, tem sido utilizado com o objetivo de reparar os defeitos ósseos causados
nessas situações, com diferentes resultados sendo relatados. Especificamente neste estudo, os
objetivos principais foram avaliar os resultados clínicos, radiográficos, micro-tomográficos e
histológicos relacionados à formação e evolução da cicatrização óssea em ossos do rádio de
coelhos ostectomizados quando utilizado o implante cerâmico de β - tricálcio fosfato (β - TCP)
ou enxerto ósseo cortical alógeno para preenchimento dos defeitos críticos segmentares ósseos.
Para tanto, neste experimento foram utilizados 19 coelhos da raça Nova Zelândia, divididos em
3 Grupos (A, B e C) compostos de 06 animais em cada, sendo que nos animais do Grupo A foi
implantado o bloco de β - TCP e nos animais do Grupo B foi utilizado o enxerto ósseo cortical
alógeno para preenchimento dos defeitos. Para os animais do Grupo C, a ostectomia foi
realizada como nos Grupos A e B, porém foi deixada sem qualquer tipo de preenchimento. Um
animal remanescente foi utilizado para a confecção dos enxertos ósseos corticais alógenos.
Tanto para o Grupo A, como para o Grupo B, placas e parafusos bloqueados de 1.5 mm
confeccionados em titânio foram utilizados para realização das osteossínteses e estabilização
dos implantes e enxertos nos sítios ostectomizados. Avaliações clínica, radiográfica, micro-
tomografia computadorizada (μCT) e histológica foram realizadas em diferentes momentos
para verificar a ocorrência de osseointegração, a função dos membros operados e a possível
reabsorção dos implantes. Aos 120 dias de pós-operatório, em todos os animais do Grupo C
houve crescimento ósseo nos defeitos criados, porém culminando com ocorrência de não-
uniões ósseas visíveis. Já nos animais do Grupo B houve adesão celular e integração óssea sem
que ocorressem quaisquer sinais de infecção ou inflamação, resultados que diferem daqueles
encontrados no Grupo A, nos quais não foram observados sinais de ocorrência de
osseointegração entre o implante de β - TCP e osso hospedeiro, apesar da boa aderência e
posicionamento dos mesmos nos defeitos ósseos, e nem os implantes foram reabsorvidos. A
biocompatibilidade do biomaterial cerâmico corroborou com os resultados de outros estudos,
porém a osseocondutividade apresentou resultado diferente, ou seja, não foi observado
bioatividade, fato provavelmente relacionado à característica de baixa porosidade do implante.
Conclui-se então, que os implantes β - TCP de fase pura customizados não apresentaram as
características osseocondutoras e osseointegrativas citadas por outros autores e não foram
eficazes para a consolidação e integração entre os ossos do hospedeiro e os biomateriais neste
estudo. Novos estudos devem ser realizados para fornecer mais informações a respeito desse
bloco cerâmico, principalmente quanto à sua porosidade e formato, a fim de considerá-lo como
um possível biomaterial para substituição óssea que possa ser utilizado de forma rotineira na
cirurgia ortopédica e traumatológica reconstrutiva em medicina veterinária. |
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